quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

HANG LOOSE 2010

A princípio, viver é bem simples: a vida é como um oceano, onde as ondas representam nossos altos e baixos e só nos resta surfar em nossas escolhas, se agarrar em um ponto alto e resistir o máximo possível no topo da onda, porque quando ela acaba, só nos resta a areia...
O importante é que sempre haverá outras ondas, talvez não como as anteriores, na verdade nunca como as anteriores, mas parafraseando Blake, "a estrada dos excessos leva ao castelo da sabedoria".

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Monalisa behind smile

"Sabe, se todo esse platonismo a incomoda, eu arranco fora esses olhos que nessa cavidade craniana ousaram se apaixonar, assim deixo de lado a bela paisagem do teu corpo, me privo de vislumbrar estes traços do teu rosto, me abstenho de mergulhar na mais profunda viagem do teu olhar, e desvio das ameaças cativantes que teu sorriso dispara quando vem à tona, mas mesmo assim arranco os olhos pois sei, que mesmo não podendo degustar, tudo continuará exatamente no mesmo lugar, em você."

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

HOMEM DE LATA

Era uma vez num reino distante, onde os sonhos ainda se realizavam, um garotinho que queria ser o homem de lata. Com muito esforço e sem a ajuda de uma fada madrinha, ele virou um reluzente homem de lata, mas com o passar do tempo descobriu que o mundo da lata era preto-e-branco, triste e sem sentido. Desesperado, encontrou uma bruxa malvada, para quem deu seu coração em troca da promessa de colorir a sua vida com a alegria que via nas histórias que sua mãe lhe contava quando criança, mas a bruxa fugiu com seu coração, deixando apenas uma sensação de vázio em seu peito metálico. Aos poucos o homem de lata foi enferrujando de tristeza, mas ele nem se importava, pois a lata que era reluzente, mostrava apenas o reflexo de um mundo que pulsava apenas no coração que não tinha e brilhava apenas para os que conheciam as cores. Foi então que conheceu Doroty, uma garota que transformava a escuridão em arco-íris, e que a presença fazia a lata do seu peito bater mesmo sem ter nada por dentro...

Mas a Doroty, que gostava do Leão, apenas pulava a cerca para ouvir Pink Floyd com o Espantalho, e nunca notou que aquele monte de lata enferrujada que ela usava para as suas escapadas um dia foi um garotinho, que apenas não soube sonhar...

...E o garotinho de lata, que enferrujou,
ficou na estrada de tijolos amarelos, para ele cinzentos,
até que a história acabou...

sábado, 5 de dezembro de 2009

Not So Happy Birthday

Trezentos e sessenta e cinco. Esse é o número de vezes em que acordei aos 28 anos achando que era o pior dia da minha vida. Em cada um deles fiz planos para evitar que a mesma coisa acontecesse aos 29 anos. Planos complexos, detalhados, perfeitos. Hoje, 5 de dezembro de 2009 é um dia importante no meu calendário particular, do ano inteiro é o dia em que me sinto mais aliviado, não por ser meu aniversário e com certeza não por ter que aguentar todas as inconvenientes ligações de parabéns e blablabla..., mas sim porque sei que tenho inteiros 365 dias para planejar como evitar que sinta a mesma coisa em 5 de dezembro de 2010, ao fazer 30 anos.

...Quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem iguais...

Bem vindos ao primeiro dia dos meus 29 anos, hoje é o pior dia da minha vida!

PUNISHER

Musings of a Cigarette Smoking Man

Cada vez mais fica difícil seguir aquele aprendizado que se extendeu por nove anos de série. A idéia de não confiar em ninguém começa a se esvaecer a medida que novos passos são dados, e a medida que crescemos, novas pessoas começam a se encaixar perfeitamente naquele assunto que simplesmente não temos com quem conversar. Sem sombra de dúvida, esse conceito de amizade aliado a solidão, carências e emoções de alguém, favorece a uma tremenda conspiração para nos manter no controle. É como a guerra nos ensinou, "mantenha seus amigos por perto, mas seus inimigos mais perto ainda", então nada melhor do que se utilizar de uma nescessidade humana como companhia, para transformá-la em uma arma.

Uma trama muito bem ajustada capaz de conviver com minha rotina sem que eu desconfie, uma forma do governo ou algo superior me controlar, descobrir minhas fraquezas e me manter longe daquela verdade extrema.

Utilizar um agente treinado para dizer exatamente aquilo que preciso ouvir, fazendo assim, com que eu compartilhe todas as minhas fraquezas voluntariamente, enquanto no fim do dia, ele provavelmente escreve um relatório sobre cada palavra dita, cada passo dado, e envia para a agência de segurança, onde no subsolo se encontram centenas e centenas de petabytes com informações sobre cada ser humano que ofereça risco a existência da Companhia, existência essa, que óbviamente se esforça para se manter em sigilo, oferecendo aparências convidativas como faixada, mas escondendo uma gigante sociedade secreta em seu interior.

Se por acaso algo sair do controle deles, quando eu finalmente estiver a um passo da verdade, então as armas certas estarão prontas para me destruir, então eu devo admitir, eles me pegaram nessa, me deram um parceiro para resolver os casos sobrenaturais, me deram alguém em que podia confiar, me deram mais que isso, me deram um amigo.

Em todo caso, se este for realmente seu nome e realmente tenha nascido nesta data, só me resta dizer, tenha um feliz aniversário meu caro Punisher.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

E AGORA?

Eu acordo no meio da noite, de um pesadelo horrível, apenas para me lembrar que a realidade é ainda pior. Olho receoso para o relógio só para descobrir que as horas continuam se arrastando sem você. Quando desisti de você deixei de lado todos os sonhos que moldavam o meu "eu", um "eu" que por muito tempo se afogou nas águas platônicas desta busca sem sentido.

O agora é um intervalo entre um passado triste e um futuro sem final feliz.

Mensagem para vc!

Celular, msn, orkut, twitter, sms, blog... Não é fácil ser alguém nos mundos atuais... Quando eu ainda possuía uma vida qualificada como normal, a única coisa que me socializava com outras pessoas era o segundo controle do meu mega-drive, não que o pobre coitado que estava sendo massacrado ali no controle 2 pensava o mesmo sobre o termo "socializar".

Hoje o romantismo das cartas foi transformado em e-mails, envelopados em uma corrente infinita de SPAMS, ligações trocadas por SMS, a simples pergunta "como você está", é apenas acompanhada no twitter por mera curiosidade, nenhum laço sentimental escapa dos bytes da sociedade moderna.

Se você é um jovem desta sociedade insana, deve estar pensando: mais um velhote que não consegue acompanhar os novos tempos...

Ledo engano, Hoje consigo transformar minha forma decadente com um simples clicar de mouse, vocês me deram as ferramentas perfeitas para me camuflar em seu mundo deturpado. Posso ser quem eu quiser com uma simples atualização de profile...

a minha escolha de hoje: "error 404".

APerfectLife

Você tem uma família desunida, tem parentes desconhecidos, tem amigos infiltrados, tem um cão sarnento encoleirado, um vaso de plantas muchas na varanda, uma escova de dentes fedorenta, um pôster do The Doors atrás da porta, violência em seus desejos sexuais, esperança naqueles sonhos banais, uma janela com vista para um terreno baldio, tem vizinhos delinquentes fumando crack, uma televisão com controle remoto quebrado, um telefone que não toca a dias, uma privada que não foi capaz de desentupir, um guarda-roupas repleto de mofo e traças, tem remédios com prazo de validade vencido, baratas quase do tamanho de ratos, e pra variar se fudeu com aquela idéia estúpida de ir morar sozinho.
Eu não te culpo se resolver se enforcar com aquela extensão que leva a tomada da sala para o quarto, mas pense por um instante naquele tal lado positivo, podia ser pior, afinal você podia não ter um pôster do The Doors.

domingo, 29 de novembro de 2009

Better wine

A taça de vinho...

é um pequeno poço onde a verdade,

se houver verdade, estará residindo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Epic fail

Você deve me achar um sujeito esquisito, eu sei, eu faço por merecer.
Nós não estamos tão ligados quanto eu gostaria, e nem fazemos parte de um mesmo clã, somos desconhecidos por assim dizer, e eu aprendi a conviver com isso, afinal o destino não consegue ser um cara justo a todo momento, o que me torna impulsivo, me faz acreditar que eu rabiscaria um lugar melhor, me faz ir contra o vendaval que tenta me empurrar pra longe de você.
Não sei até que ponto estou fazendo a coisa certa, não sei sequer se já ultrapassei esse ponto, mas sei que continuo tendo idéias, continuo me contendo para não colocá-las em prática, continuo acreditando que eu deveria estar ai por perto. E talvez, só talvez, eu esteja no meio do erro mais épico de minha vida, eu tenho consciência que isso deve terminar mal, mas a essa altura já não me vejo mais voltando atrás, porque se no meio desse erro me resta uma parcela de culpa para impedir que nos percamos por ai, então eu vou usá-la na minha última tentativa.

Como disse, eu sei, eu faço por merecer.

dpfox

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

DEEP SPACE

As luzes que eu vejo agora já a muito não brilham mais. O vácuo lá de fora não se compara com o vazio aqui de dentro, eu tento um grito, mas nem toda a agonia do mundo o faz propagar em direção a salvação. A escuridão é tão calma e confortante que não consigo me libertar, essa força intangível, para alguns gravidade, para outros destino, que outrora impulsionava meus sonhos como um cometa, acabou por me arrastar para as profundezas sombrias da solidão.


PunisheR

sábado, 24 de outubro de 2009

O dia em que a terra parou

De tempos em tempos acontecem eventos que levam embora toda a velha rotina de uma humanidade. São as chamadas catástrofes! Algumas são apenas desastres naturais em grande escala e outras são atos de terrorismo provocados pelo próprio homem, no entanto, a onda de destruição regularmente é a mesma.

Existem eventos históricos, desde guerras, furacões, epidemias, tremores, armas de destruição em massa, asteróides, erupções vulcânicas etc... o fato é que cada um tráz consigo diversos tipos de consequência, e não existe uma maneira de prever ou de escapar da coisa toda. É simples assim, um belo dia você acorda feliz e sorridente, toma seu café da manhã, olha pela janela e pronto, vê uma enorme bola de fogo vindo do céu prestes a estragar seu jardim.

Comigo foi mais ou menos assim, um belo dia ela nasceu, cresceu, floresceu e encantou o mundo, tudo ia bem, até que certo dia toda a força de sua beleza entrou em rota de colisão com a humilde órbita de minha existência. Ela não tinha culpa de nada, mas naquele momento minha atmosfera mudava, meu campo gravitacional se expandia, e tudo o que eu podia fazer era me atirar de cabeça em um impreciso sentimento.

Ela foi um evento natural que eu não pude lidar, porém eu, sou um ato de terrorismo constante, então no fim das contas entrar em rota de colisão com ela, mesmo que platônicamente, mesmo que jamais venha conhecê-la de fato, foi a melhor catástrofe que podia ter me atingido, pois enquanto uns morrem em terremotos e tsunamis, eu morro de amores por ela.


Um feliz aniversário,
que todos os seus sonhos se tornem conquistas.
Muita saúde, paz e felicidades para ELA.

Com uma imensidão de carinho que já não cabe em mim,
dpfox

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Portão de Embarque

Cara... odeio aviões... to aqui esperando por um ônibus com asas cheio de combustível e ci's da china, para ficar 9h a 800Km/h a 10000m de altitude...

se isso não é insanidade... o que mais seria?

enfim... fica aqui minha carta de esta tudo bem, minha vida foi feliz, e todas aquelas baboseiras que se diz em cartas póstumas, apenas para o caso de algo inesperado (depois da descrição acima dizer que é inesperado é hipocrisia) acontecer...

e la vamos nós, audaciosamente indo onde nenhum "delta" jamais esteve...


PUNISHER

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Ajustando o tempo

Não sei direito quanto tempo isso está assim, dias, meses, talvez anos se passaram desde a última vez que pensei no assunto. Ainda é incerto como tudo começou, como terminou, ou se ainda está acontecendo, mas pelo menos uma coisa é certa; entre tantos erros cometidos e tanta insistência em vão, essa sem dúvida foi a obra que mais valeu a pena... foi também a que menos rendeu resultados eu sei, mas nesses 8560 dias em vida, não me lembro de ver uma única vez o mundo se demonstrando ser um lugar justo, então parece que a essa altura de um campeonato perdido, já perdi aquela janela que me permitia chorar. Meu ego não admite que eu diga: "falhei", então me parece certo culpar a injustiça do mundo, a rotação da terra, o comportamento das pessoas, e se o papa ou algum discípulo fanático por religião vier com algum discurso repleto de baboseira, a culpa passa a ser deles também. Tá, eu errei algumas vezes, fiz várias merdas por ai, mas não fui eu quem falhei de fato, eu não, minha obra não tem nada a ver com a obra do acaso, são coisas distintas que de alguma forma se encontraram para estragar tudo. Certo dia ouvi dizer por ai que ainda me restam 1170 dias de vida... bastante para um cara como eu não?! Teoricamente tenho tempo de sobra para consertar as coisas, fugir desse ataque de karma que vem se tornado cada vez mais crônico, quem sabe até fazer mais algumas tentativas para virar o jogo nas últimas rodadas, enfim, na pior das hipóteses, vou perder mais algumas fichas para essa grande mesa redonda.

domingo, 4 de outubro de 2009

Durma com os anjos alcoólatras

Uma noite a menos, um gole a mais, o silêncio da noite revela o sono sincronizado que consome todos, menos um, uma noite a menos, um gole a mais.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

MEDO

As vezes, o medo é um aviso. É como se alguém pussesse a mão no seu ombro e dissesse: NÃO DE MAIS UM PASSO.

(frase de Anne Rice)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Desapareci no meio de nada

Aquele período de inspiração que me acompanhou por esses longos meses cessou, a escrita fugiu para algum canto distante, não vou culpar a falta de tempo, a exaustiva rotina de um ambiente de trabalho e nem irei dizer que algo mudou. Nada mudou de ontem para hoje, nada mudou de um mês para o outro, nada mudou de um beijo para uma transa, a insatisfação prevaleçe e não me dá nenhuma expectativa de encontrar um destino bom em minha vida... e, até o final do dia, nenhuma mudança está prevista no calendário. É ai que quando menos espero, cá estou eu escrevendo novamente.
Porra, eu vim até aqui apenas para escrever uma frase, dar um maldito sinal de vida (ou algo parecido com vida) pra alguém que provavelmente nem sabe que estou vivo, porém acabei cedendo as palavras, executei um parágrafo inteiro, como aquelas voltas estranhas que o mundo dá.
A menos que eu esteja morto amanhã, não estou me despedindo desse mundo letrado em que me encaixei, mas no momento sinto que não tenho mais pelo que escrever, ou (me utilizando daquele velho senso dramático), não tenho mais pelo que lutar.
Por fim, eu posso não estar com a escrita em dia, colocando texto em tudo aquilo que passa pelas minhas veias, porém, só queria dizer que eu ainda sonho com Ela, e mesmo que não mude nada, acho que isso é algo que vale a pena lembrar.
dpfox

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A MORTE DO GATO

Hoje eu matei um gato. Não foi o primeiro. Já matei um antes. Nesta época, chorei ao matar o bichano que revirava o lixo da minha casa, chorei arrependido pelo que fiz no calor do momento. Desta vez foi diferente, a vítima se infiltrara secretamente na sala de casa e acabou provocando um susto enorme em minha mãe. O medo em seus olhos alterou instantaneamente minha aura para vingador implacável. Não foi de forma alguma um ato impensado, praticamente impedi sua fuga e busquei a arma letal, vassoura, pensei friamente sobre o que estava prestes a fazer, graças a minha experiência no assunto, tive certo controle sobre o ato, mesmo diante da carga de adrenalina e pavor que o agito do gato estava provocando.
Após múltiplos hits o felino rastejava pela sala procurando escapar de seu carrasco, mas nem todo o esforço de suas sete vidas poupariam o animal de seu triste destino. Apliquei alguns combos leves de modo a direciona-lo ao portão da casa, local planejado para o golpe fatal, mas novamente minha experiência se antecipou e interrompi meu ataque, constatando que ele já estava fadado a uma morte lenta pelo aspecto em que deixava minha propriedade.
Não tenho orgulho do que fiz, sinto até um leve mas controlado remorso. O único motivo que escrevo sobre o assunto é para lembrar o poder que a raiva tem, capaz de transformar até um belo sentimento como o de defesa por quem amamos em um ato de ódio e vingança.
Talvez se continuar a trabalhar na Initech eu deva começar a criar gatos, isso pode tornar mais segura a vida das pessoas ao meu redor.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Initech Rules!

Cada novo dia da minha vida é o pior dia da minha vida...
Meu local de trabalho é como um vício doentio corroendo minha alma lentamente a cada dia, mas o pior, é que ele cobra o seu "preço" sem o prazer entorpecente de quando nos entregamos ao objeto de nosso vício.
Minha vida patética se resume em suportar essa tortura durante o horário comercial e a sofrer por antecipação com a proximidade de um novo dia de trabalho durante as horas que não estou no trabalho.
Sofro de uma doença incurável cujos sintomas são fortes vontades não fazer nada seguidas de um tédio mortal.
Meu hobby é reclamar da minha vida. Meu passatempo é praticar o meu hobby incessantemente.
Os únicos sonhos que me restam são os provocados pelo meu subconsciente enquanto durmo.

...E o pulso... ainda pulsa...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

TO DO LIST

Already accomplished:

eu já conquistei pelo menos uma vez o orgulho de meus pais;
eu já ajudei pessoas indefesas, mais do que isso, já fui o herói de alguém;
eu já cheguei no fundo do poço e voltei;
eu já estive no topo e cai;
eu já fracassei tantas vezes que perdi o medo de falhar, mas nunca perdi o gosto pela vitória;
eu já fiz sexo com duas lindas mulheres ao mesmo tempo;
eu já fui o melhor em alguma coisa que era importante para mim;
eu já ganhei dinheiro em uma mesa de jogo em Vegas as 4 da manhã usando óculos escuros;
eu já nadei em um lago no deserto;
eu já fui muito longe tentando encontrar o meu lugar.

To be accomplished:
THE QUEST FOR YOUR HEART.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

redação: Quem eu sou?

fato engraçado: hoje o RH da minha empresa passou a seguinte redação para um pretendente a um cargo no inferno, também conhecido como setor financeiro, "quem eu sou?"

Com tanta coisa referente ao cargo para ser avaliada, eles perguntam algo tão pessoal quanto isso? Incapaz de definir a existência ou não dos requisitos para qualquer cargo... Enfim, tirando isso e o fato de que todo e qualquer baiano com acesso ao Orkut preenche esta redação ridícula, fiquei imaginando como responderia essa redação...

quem eu sou...

Eu sou parte de um todo incompleto, numa busca incessante pela resposta desta mesma pergunta que é o tema desta "controversa" redação.
Tento preencher o vazio de minha existência com momentos de dor causados hora pela inexperiência, hora pela falta de oportunidade, mas somente quando adiciono os cacos de um coração despedaçado inúmeras vezes por paixões platônicas esta tarefa pode ser terminada.
Quando desisto desta saga dantesca, mato as horas buscando por respostas das quais a pergunta não conheço, tentando manter a sanidade nesta floresta de concreto construída por uma sociedade insana...
Quem eu sou? sinceramente eu não sei. A melhor resposta que posso dar para uma pergunta como essas é que sou um meio termo entre pessoa que eu era e a pessoa que pretendo me tornar...

Mas não se engane, tenho total conhecimento de que esta resposta não esta dentro de suas expectativas para um futuro funcionário, mas se você refletir sobre isso, vai entender minha seguinte questão:
Quem é você para me perguntar quem eu sou?

Perto da verdade

Eram 20:37hrs quando eu chegava em meu apartamento naquele dia, era uma quinta feira, e o trânsito mais uma vez roubava as poucas horas que me sobravam, tudo o que me restava depois de um dia cheio, era folhear o cardápio de pizza após um banho quente, mesmo sabendo que acabaria escolhendo o sabor de sempre... era o que eu imaginava fazer, meus planos para mais uma noite solitária, mas o que eu não imaginava é que o imprevisto se armava para atrapalhar aquele cotidiano vazio em que eu me encaixava.

Sexto andar, eu fico parado na porta selecionando a chave certa no chaveiro, mas para minha surpresa, antes que eu pudesse enfiar a chave na fechadura, a porta se abre com um simples toque de minhas mãos - eu não posso tê-la deixado aberta - penso eu; e muito menos com as luzes acesas, é quando percebo que pode haver algum intruso em minha residência, isso explica os passos suaves e desconfiados que dou nesse momento. Conforme vou me infiltrando pelo corredor de entrada, vejo as cortinas fechadas e o telefone fora do gancho, as revistas sobre OVNIs que compõem minha literatura se encontram espalhadas por todo o chão, um dos sofás está de cabeça para baixo, enquanto o outro teve suas almofadas atiradas para o canto da sala, o quadro que fica na parede da sala de jantar também está no chão, e foi rasgado como se tivesse algo escondido na lona, alguém nada sutil procurava alguma coisa aqui, mas o que?

No quarto, o ambiente era o mesmo, o colchão estava em pé apoiado na parede com um enorme rasgo no centro, as gavetas do guarda roupa todas jogadas no centro do quarto, enquanto pilhas e pilhas de roupas formavam um grande tapete escondendo o próprio chão, todos aqueles cds e dvds que sempre cuidei para não riscar se encontravam misturados e fora de suas capinhas originais perto do notebook que se encontrava ligado, aparentemente testaram todas as mídias em busca de alguma informação, e seja lá quem for que fez isso, conseguiu quebrar minha senha de usuário do notebook.

O banheiro também foi mexido, o espelho estava rachado e tudo o que eu guardava no armário estava jogado na pia, todos os meus frascos de pílulas contra insônia foram esvaziados na privada, e talvez por puro vandalismo alguém deixou o chuveiro aberto. A julgar pelo vapor intenso e os azulejos transpirantes, devem fazer algumas horas que o chuveiro está ligado. Após fechar o registro, fui prontamente até o escritório, pude sentir um cheiro de queimado ali, notei cinzas ainda quentes na lixeira. Os livros, ablolutamente todos foram para o chão, e alguns tiveram o triste destino de ter suas páginas arrancadas, minhas anotações desapareceram, e a caixa de sapatos com as fotografias de família aparentemente não está completa também, os recortes de jornais com manchetes especulosas e notícias de casos inexplicáveis agora são apenas pedaços de papel picado por todo o ambiente. Eu sei o que eles procuravam, e foram bem sucedidos, pois o disco rígido do computador foi retirado do gabinete e o encontrei em cima da mesa, obviamente o mesmo foi formatado, mas provavelmente copiaram as informações nele contidas, ou então só queriam fazê-las desaparecer.

De qualquer forma, mesmo correndo risco de vida, devo dizer que ainda possuo estas informações, e uma vez divulgado isso, espero que minha morte sirva de prova do quanto o governo manipula nossas ações. Não foi a primeira vez que invadiram meu apartamento, mas das outras vezes, a invasão foi sutil, seria imperceptível se não fosse toda a minha paranóia. Escutas e grampos foram implantados nos mais inoportunos lugares da casa, fui seguido diversas vezes por aqueles homens de terno, eles monitoram todos os meus passos, minhas palavras, e ainda zombam de mim fazendo-me parecer louco, paranóico, esquizofrênico... mas eles tem mesmo com que se preocupar, pois a verdade está lá fora, e não sou mais um fantoche de seu teatrinho governamental, as conspirações talvez nunca sejam de fato provadas, mas saber que meus arquivos estão causando dor de cabeça a eles, significa que dessa vez estou mais perto do que nunca da verdade, e eu não sei onde isso vai me levar, não sei o que vai acontecer nos próximos dias, talvez eu desapareça, talvez façam parecer um acidente, ou talvez essa carta me dê mais algum tempo de vida, o fato é que estou sendo caçado, e é questão de tempo até descobrirem meu esconderijo, tenho medo do que possa acontecer comigo, certamente farão as mais diversas formas de tortura, e finalmente vou descobrir se o pentotal sódico realmente funciona, porém, vou dizer aquelas que podem ser minhas últimas palavras:

"Caro Frank Castle, se você pode ler isso, faça a lição de casa. Se o perímetro não estiver comprometido faça o X com fita adesiva na janela dos fundos, entrarei em contato em dois dias, se algo der errado não deixe os arquivos se perderem, encontre-os no cesto do lobo mau, mamãe urso protege os filhotes de dia mas de noite chapéuzinho vermelho anda sorrateira pelo bosque. Tome cuidado!"

sem mais,
dpfox

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Ego e Eu (part 2)

Eu consumo a virtude do ego impregnado nas artérias, um parasita de gala, conflitando meu orgulho com minha humildade. Ego, seja bem-vindo ao meu corpo, sem clemência de nenhuma célula viva em mim, organismo que infecta minhas funções vitais, torna-me imune das imperfeições alheias e escravo da narcisa "perfeição" pessoal.

Sou, os dois lados da moeda, o positivo e negativo, ambos os polos falidos em discernimento, sou mais que isso, mais que aquilo, sou extra-polar, extrapolando no bipolar. Sorriso aberto, humor sádico, empatia evidente, arrogância infame, de cara limpa ao mundo, de cara a tapa a todos, de cabeça baixa a Deus e nariz empinado a seus filhos. Eu sou mais eu no mundo de ninguém.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Do lado de cá do vitral

Imensidão é aqui,
foi do lado de lá que eu vi
um cartão postal dizer
adeus!

Deixei de lado e fui atrás
no diz que me diz só tanto faz
encontrei aquilo que sonhei
larguei...

...mão de te dizer
vou onde for só por você
me leva pra longe e eu estou lá;
cadê?

Deixa de manha meu bem
olha pra fora eu te encontrei
do lado de cá do vitral
te achei

lhe peço desculpas e obrigado
abre-me a porta ao frio gelado
hoje sou teu feliz assim
e carrego por ti dentro de mim
amor

dpfox

sábado, 18 de julho de 2009

About NY

Minha querida Ana,

tentei te enviar este e-mail ontem, mas a bateria acabou enquanto eu escrevia...


Ontem voltei a biblioteca para usar o computador na e procurei na busca de alguns hotspots (locais onde consigo acessar internet wireless), com posse destas informações percorri estes lugares até encontrar uma rede indefesa o suficiente para que eu tivesse acesso livre a internet... o que foi relativamente fácil.

Falei com nossa mãe e pude contar um pouco a ela do que vou lhe descrever, peço humildes desculpas por você não ser a primeira a receber as novidades... mas foi apenas por força da ocasião.


New York é bela como nos cinemas, a primeira impressão que temos é que não é um local para principiantes... tem seu charme, principalmente nos pequenos detalhes: taxisitas nervosos xingando pedestres e outros carros, um oceano destes ruidosos monstros amarelos em cada rua. As Avenidas são infinitas, numeradas como um enorme mapa, uma verdadeira poluição visual de telões em arranha-céus que só podemos ver o topo quando estamos a quarteirões de distância...tudo muito lindo, muito movimentado, muito cheio...

Time Square toda acesa deixa claro o porquê deste ser o país da tecnologia e do consumismo, a Brodway parece um imenso show de caça talentos, cheio de pseudo-atores, e demais aspirantes a artistas tentando ganhar a vida com o que chamam de arte...

Carol, nada disso se compara ao efeito que a visão da estátua da liberdade nos causa: é a coisa mais forte que já vi, tive vontade de chorar... arrepia ver aquele Gigante esverdeado se impondo ao céu e desafiando o horizonte... só de lembrar já estou com água nos olhos... definitivamente uma das coisas mais impressionantes que vi em toda a minha vida.


Mas a magia fica por ai, New York é apenas um local de trabalho, muito poluído, super lotado, extremamente comercial, uma cidade confortável apenas quando se ve pelas telas da tv, em nossos sofás, no aconchego do lar. Na vida real, é um local hostil.

Gastei o dia de ontem (17/jul) me adaptando ao ambiente, o que acredito ter feito perfeitamente... Hoje começo minha maratona de turista(o que já devo ter feito quando você receber este e-mail), percorrendo os locais para tirar fotos, mas definitivamente esta é minha última visita a New York, não gostei deste tumulto...

Mas não se engane: eu poderia viver minha vida toda aqui sem ter problemas, a verdade é que encontrei um lugar onde nunca me senti tão a vontade em minha vida, e este lugar se chama Daytona Beach, na Flórida.

ah, como eu gostaria de poder morar em uma cidade como essa... limpa, calma, uma praia maravilhosa, pessoas bonitas, simpáticas, e com toda a tecnologia que temos em uma cidade grande como NY, apenas com mais conforto. Esse tipo de coisa não encontraremos em nosso país, não nesta vida...


Resumindo, New York é definitivamente New York, uma cidade singular, um lugar para se lembrar... Queria tanto que você pudesse estar aqui comigo, só assim você entenderia o que estou tentando lhe descrever, falar sobre esta cidade é como tentar descrever as expressões de um auto-retrato de Rembrandt... impossível...



Com Amor,
JAMC

sábado, 11 de julho de 2009

Previously On Lost...

Bom, como já disse antes, 200 toneladas de aço a 10km de altitude e 800km/h só podia dar merda...
só parar variar, eu tava certo de novo!

Das diversas cartas póstumas que já escrevi, esta está sendo a mais difícil, talvez porque seja a primeira que não é de suicídio ( ou talvez porque a merda do telefone não para de tocar!!!)

enfim, só queria que soubessem que eu tive uma vida plena: a oportunidade de aprender muito com meus incontáveis erros, aprendi a valorizar o amor através das minhas decepções, tive amigos verdadeiros e inimigos que tornaram minha vida mais interessante, desafiadora.
Ainda tinha muitos planos, desejos e sonhos, que espero agora poder trocar pela felicidade de todos vocês... por isso, não fiquem chorando por mim, sorriam, vocês são tudo o que restou de mim nessa vida e por isso têm a obrigação de ser tão felizes quanto me fizeram ser...

Amo todos vocês...
JAMC


**nota do autor: (odiei a carta!)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Atrás das grades

Querida Ju,
Já faz tempo que não escrevo pra ti, sinto que minhas letras estão ficando tortas e desleixadas, e confesso uma dificuldade em saber o que devo escrever. Não sei se essa carta vai chegar até suas mãos, talvez seu endereço tenha mudado, mas vou escrever do mesmo jeito.

Fazem nove anos que fui trancafiado aqui dentro, nove anos que o único vínculo que me resta com o lado de fora desses muros são as memórias, eu continuo alegando inocência, mesmo não sabendo mais o que isso significa, à muito decidi que não iria mais me torturar com o assunto, mas se houve algum crime, acredito que reabilitado seja a palavra usada para hoje me descrever.

O convívio com as grades me desabilitou do mundo, agora a única janela que me mantém respirando é o amor que sinto por você, algo que cada vez mais vai desaparecendo dentro de mim, e as crises de falta de ar são cada vez mais comuns,
nunca pensei que o tempo pudesse ser tão cruel com a existência de uma pessoa, a sensação de "câmera-lenta" que envolve os presos desse lugar acaba sendo brutal com a sanidade de alguns, é preciso ser forte, porém aqui é comum ver homens fortes cederem a chorar.

Na última rebelião fiquei deitado em minha cela, toda gritaria no pavilhão principal era constantemente cessada com os rasantes do helicóptero da polícia, enquanto o caos tomava conta do prédio, fiquei pensando em ajudar na construção do túnel que alguns detentos estão planejando, seria bom não ter mais que passar por essas rebeliões, mas a essa altura, uma tentativa de fuga acabaria completamente com as chances do meu pedido de condicional ser aceito, ano que vem faz uma década que estou aqui, então eu acho que posso esperar um pouco mais.

Gostaria de poder escrever mais vezes, porém é difícil conseguir uma caneta aqui dentro, para a maioria dos presos elas são muito mais valiosas como armas, mesmo que isso signifique não poder escrever para os familiares. Eu fiz um amigo aqui dentro, do lado de fora ele acabou realizando alguns assaltos que o trouxeram para cá, aqui dentro ele é o sujeito que consegue algumas coisas em troca de cigarros, foi ele quem possibilitou essa carta, é um sujeito bacana, te mandou um abraço; a cela dele é repleta de fotos da noiva, e bem que eu gostaria de carregar uma foto sua em meu bolso também, mas minha cela tem apenas seu nome escrito pelas paredes. Ontem, um dos guardas do plantão da noite me pegou escrevendo para você, mas o meu bom comportamento nesses nove anos que cá estou me livrou de uma punição, ele permitiu que eu terminasse a carta contanto que eu lhe entregasse a caneta pela manhã quando o seu turno terminava, bom pra mim.

Enfim, só queria dizer que tenho saudades, a lembrança do seu rosto já me salvou a vida por diversas vezes aqui, e todos esses anos enjaulado me serviram para exprimir toda a minha capacidade de amar alguém, finalmente, quase dez anos depois, essa capacidade vai chegando ao seu final. Foi-se quase uma década em um presídio de segurança máxima, condenado por um crime onde não houve pecado, a sentença não foi perpétua, e o preço por te amar não foi tão alto, sequelas ficarão eu sei, porém, a liberdade de nada me vale se não houver alguém para amar.

Espero que as coisas estejam bem por ai,
com amor,
prisioneiro N° 241083
dpfox

sábado, 20 de junho de 2009

Escrever ou prever o tempo??

Ultimamente tenho dificuldades para escrever, o que com certeza é melhor para todos, afinal, o que me deu para querer ser "escritor"?
Talvez eu o faça por não ter uma real profissão ou talento. Eu continuo escrevendo porque é depressivo e solitário, se encaixa no meu perfil de rabugento infeliz, amarguradamente sarcástico e com queda pelo dramático.

Não me incomodo com isso, ao menos toda pessoa infeliz é infeliz a sua maneira. Por mais que a agonia e a humilhação de ser humano apareça em todas as linhas que já escrevi, prefiro isso à ser como todas aquelas pessoas felizes, todas iguais, linhas de código inúteis na matriz, gado na fila do abatedouro.

Enquanto nosso mundo é destruído pela banalidade, vivo no meu próprio apocalipse, na indiferença, provavelmente é assim que tudo terminará: não com enchentes, terremotos, cometas cadentes ou insetos gigantes invadindo a terra, mas com a pura indiferença...

Não me entenda mal, não sou pessimista, muito pelo contrário, enquanto pessoas vivem predizendo o juízo final com a chegada de milênios, com o fim do calendário maya em 2012 e outras previsões sobre salvação e/ou auto-satisfação, eu, humildemente ofereço minha profecia sobre 2012: "mais mil anos da mesma baboseira"...

O fato é que estamos em uma geração que era para ser a das grandes descobertas cientificas, viagens espaciais, "a era do cérebro", em vez disso se tornou a era do "body-piercing"...

Bom, continuarei escrevendo, infelizmente, pelo menos até conseguir uma profissão mais útil, como homem do tempo por exemplo, o cara que informa o que qualquer um pode descobrir simplesmente olhando pela janela...

Até a próxima...
PUNISHER

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sonhos...

Sonhos, de que matéria são feitos? Tamanha perfeição, quase indestrutíveis, capazes de sobreviverem ao esquecimento e a indiferença por toda a eternidade, até que uma fagulha do destino incendeie a cinza de nossas vidas e os traga de volta como um fênix renascendo para sua nova jornada sobrenatural.

Que divindade celestial seria capaz de orquestrar tão poderosa magia que chamamos de sonhos? Como eles nascem?

Ouso apenas a me lembrar como o meu começou: um oceano contido em um olhar, a beleza de um Monet esculpida em um sorriso, um toque de Deus em um mundo caótico... e um nome ecoando em meus pensamentos..."Cris"...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sonhos...

Coisas simples repletas de complicações, é disso que os meus sonhos são formados...
:-(

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Donzela de Porcelana

Ela, e sua pequena rachadura nos joelhos, seus cabelos curtos e desarrumados escondendo, o brilho da menina genial, impulsiva, transparente, nada como uma xícara de chocolate quente. Admira o dissipar da fumaça, e dissipa a brincadeira no ar, ela é branca de rosto pintado, seja com lágrimas ou com seu despertar, sempre expressiva, neurótica, pensativa, conte-me como foi o seu dia... é quando ela começa a falar, falar e falar; me perco ao ouvi-la... lar doce lar. Hipnotizado, estático, imóvel, procuro não perder nenhuma palavra, nenhum sorriso, nenhum piscar.
Menina pequena, doce e vaidosa por assim dizer, eu admito, sua beleza me feriu, seu estilo de vida ressurgiu um ânimo esquisito em mim, o toque de suas mãos tímidas podem me levar a qualquer lugar, eu tento curar sua indecisão, diga onde você quer ir... diga onde você quer ir... e eu te levo até lá, algum lugar, lugar nenhum, tanto faz, eu te levo até lá.
Ela me cai bem, e eu caio ao me apegar demais, eu insisto, eu falho, eu desisto, eu acordo no dia seguinte, novo em folha, sonhos de papel reciclável, nem pranto ou espanto, apenas mais um dia confuso, uma noite mal dormida e um coração batendo.
Volto a pensar. A orgulhosa, a egocêntrica, de fato é nela que penso, náo há como negar. A hipocondríaca de olhos frios não se permite amar, irredutível ao velho romance furado, desgostosa com o comportamento alheio, dá gosto me aproximar, mas a expontânea, a sarcástica, não se deixa atingir, desvia das flechas que eu tento atirar, segue em frente rebelde, triste, deprimida, recosta a cabeça pro lado e dorme como um anjo deixando o tempo passar.
Em meio as dúvidas de sua juventude, acaba adoecendo, só resta a mim, cair no entendimento que ninguém lhe dá, são todos tão rigorosos, nem percebem que no meio de tanta soberba, se encontra a fragilidade de seu porcelanato.
Apaixonado? Isso, é especular, hoje sou insensato, estúpido, inviável, um molde de vidro fosco e barato. Eu me rendo, só tenho moedas de um centavo para te conquistar, não são moedas de ouro e minha astúcia se limita a apenas tentar.
Por favor não resista, dê-me sua mão agora, ao suave toque de meus lábios me despeço, disperso e desejo voltar.

terça-feira, 19 de maio de 2009

No cair das folhas...

Passei grande parte da minha vida como um cético irredutível. Não me entenda mal, não sou nenhum religioso excêntrico, longe disso, o que quero dizer é que sempre me empenhei em simplificar as coisas, eliminar tudo que nela era puramente pessoal. Desconsiderava tudo que era único e individualmente considerado, recordações, emoções e sentimentos estéticos despertados pelas disposições de átomos, cores e hábitos de pássaros, ou a imensidão da via-láctea. Enfim, diria que minha visão de vida perfeita era ter uma AK-47 como arma e uma esposa ninfomaníaca dona de um bar.

Mas a natureza do que experenciamos está impregnada de nossas auto-avaliações, com o tempo minha filosofia de vida se tornou irremediavelmente fria, incompleta e insatisfatória. A máxima de Sócrates, conhece-te a ti mesmo, já não se aplicava a minha existência, e foi nesse momento perturbado e confuso que eu a encontrei, ela invadiu minha vida com um turbilhão de sentimentos e sensações antes invisíveis, o terror dos furacões, a calma das lagoas, a tristeza doce e suave do cair das folhas, sentimentos que aos poucos tomaram conta do meu ser, e a medida em que preenchiam o vazio da minha alma, destruíram no processo a minha paz de espírito. Hoje me apaixono tão obsessivamente por meus romances que os personagens destes se tornam mais reais do que a realidade exterior que me cerca...

Meus dias de cético acabaram, vivo da crença de que um dia será possível encontrar um amor verdadeiro, a existência daquilo que eu realmente amo é sentida por mim como uma necessidade, como uma exigência, sem a qual minha essência não pode ser realizada, satisfeita, completa.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Suspiros na imortalidade

Para Cris,

Se eu tomasse a decisão de escrever esta carta enquanto ainda éramos próximos, ou mesmo se arriscasse a molhar o bico da pena após ter te visto, eu não conseguiria exprimir metade do que penso. Ainda não demonstrarei em perfeição o que sinto; isso me é impossível. Mas a distância trouxe saudade, e, mais tarde, a reflexão.

Divido nossa trajetória em três momentos: choque inicial; ódio e aceitação. Quando primeiro me transformou em escravo, iludi-me com você, colocando-a ao lado do mundo mágico que eu descobri, e passei a amar. O misto das sensações, beleza, desejo e medo me fizeram amar a vida. E a te amar também. Será que não poderíamos ter dado certo? Não. Dediquei-me tempo demais a reflexões para não gerar dúvidas nessa carta, a qual considero ato único e definitivo. Os fatores foram vários, e sua combinação é talvez o motivo mais provável para nossa decadente relação. Mundos diferentes, você beleza, eu sonho, paixão. Mas os sonhos não resistem ao passar do tempo, o mágico se perdeu, a definição do místico desprendeu-se de você ,e me encontro sozinho, perdido no escuro, na ausência de sentidos, desiludido e fraco. Te odiei e odiei não te amar.

Não pense que ue estou escrevendo uma biografia nesta carta! Apenas estou retomando memórias, pensamentos para formarem o meu “Eu” hoje. Foi na fase da aceitação, logo após viajar o mundo com Juliana, que desisti de viver, e isso para alguém como eu, significa levar em estado vegetativo as funções básicas que determinam nossa existência; mas então te encontro no ponto de início ( e esse reencontro foi há quantos dias, 10, 20?), e você estava lá. Esvaida da beleza celestial que sempre foi sua força, decrepita, sem esperanças. Não consegui sentir pena – talvez compaixão, como se de repente meus órgãos se contraíssem e relaxassem freneticamente, num misto de gozo e horror, como se toda minha vida de escravo estivesse passando pelos meus olhos, e não fosse mais nada; como se meus critérios fossem mudados naquele momento, meus pensamentos, minhas ideologias. Era como aprender a ver a magia na vida pela segunda vez, agora com muito mais experiência e noção de prazer.

Agora de frente para o computador, debruço-me com tanto vigor sobre a mesa que , no fundo, acho que apenas quero me fundir para sempre com essas memórias, com minha vida anterior. O que realmente quero lhe dizer se resume única e exclusivamente nessa frase:

Eu te amo.

Te amo mais do que minha própria vida. Por toda minha trajetória, amei cada mudança de seu ser. Amei você como mestre do mundo novo, como bela sedutora; amei você decadente, ser de pura raiva e ignorância, aquela que tornou meus dias um inferno, mas que por dentro açoitava minha alma.

E hoje estou sábio, lúcido. E ainda te amo. Amo seu corpo e sua Alma, cada pedaço de você. Agonizo ao pensar que não há maneira de consumir esse amor, apagar esse vício. Cada célula do meu corpo passará sua vida pensando em você. Sem você, sou apenas suspiros na imortalidade.

Eternamente desse mundo, infinitamente teu.

JAMC

terça-feira, 12 de maio de 2009

Combustão

Nunca sei como começar esse tipo de texto. É uma daquelas ocasiões com muito a expor e pouco a dizer. Eu confesso, as vezes o meu dom de complicar as coisas atrapalha tudo, e esse meu afeto por ela vem se tornado exagerado demais para me manter no controle.
Me apeguei a uma nova mulher, ela é louca, estranha, confusa, diferente de tudo que já fez eu me perder, tem uma simpatia sádica, e uma alma boa perdida em algum lugar, colheres bem dosadas de uma poção que não deixa eu me afastar.
Aquele jeito dela me faz um bem esquisito, algo como respirar flores, alguém que sabe me fazer sorrir sem esforço algum, mas se esforça bastante para me magoar, não a culpo, talvez só queira me previnir de sua imperfeição, que por sinal vem se demonstrando perfeita demais para um cara como eu. Ela sabe o inevitável fim que isso vai ter, o que não sabe, é a proporção que os momentos com ela geram dentro de mim. A importância criada parece ter se tornado algo tão insensato quanto amar alguém, e mesmo para um romantico com eu, não sei dizer se isso é bom ou ruim.
Bem distante da garota dos meus sonhos, ela apareceu na minha realidade, e isso deixa as coisas caóticas, pois isso parece uma idéia bem melhor do que um "e viveram felizes para sempre...". Ela é altamente inflamável, e a ascenção de calor dentro de mim gera um sentimento explosivo cada vez mais incontrolável. De umas noites pra cá o constante acréscimo desse vício vem me preocupado, cabe a mim então a responsabilidade de a livrar desse fardo, pois ao que tudo indica, ela não vai querer estar por perto no momento dessa explosão. Talvez eu devesse sumir por uns tempos, tentar algum tipo de abstinência a sua atraente confusão. Então, procuro pontos negativos, encontro vários, mas me apaixono por todos eles, finjo não estar acontecendo nada... a essa altura já não faz diferença, já não é segredo para ninguém, estou apaixonado, pronto para a combustão, sinto o fervor de um piromaníaco doentio, e acabo por me afogar em sua trágica beleza. É aqui que eu risco o fósforo. Adeus.

sábado, 2 de maio de 2009

DPFOX

Muito em comum, ambos vivendo no porão da vida real, confiança extrema... Essa combinação em particular fez com que meu universo de "poucas pessoas que considero reais" se expandisse para a chegada de DPFOX. Um monte de problemas semelhantes, formas diferentes de resolve-los, mas acho q a conquista da admiração e confiança foi mutua.
Não importa a sigla usada, seja Delta Force, UNIDADE, seja por trás de um distintivo do FBI,a verdade é que nossa "parceria" é mais importante do que minha busca insensata pela felicidade, uma rara cumplicidade na busca da paz de espírito.
Não sei o que a vida reserva para o seu futuro, aprendi a muito tempo a não confiar nos planos divinos, mas espero que sua vida seja repleta de sonhos, realizáveis ou não, pois acho que é na busca de nossos sonhos que a felicidade se encontra. Não vou desejar que não tenha problemas, são eles que dão cores as nossas conquistas, mas desejo que eu possa lhe ajudar quando eles aparecerem...

Detesto escrever este tipo de baboseira... minha vida é sombria demais para tentar escrever palavras boas... mas enfim... espero que saiba que você é uma das poucas pessoas em quem confio neste planeta, e que quando precisar, seja para o que for... é só chamar...

meu caro AMIGO, Feliz aniversário!

para finalizar, vou arriscar a parafrasear Carl Sagan:

"Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você."

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Carpe Fucking Diem!

Passamos boa parte de nossas vidas miseráveis reclamando de coisas tão importantes: amores impossíveis, desejos inalcançáveis, corações partidos, tédio, problemas, problemas, problemas... Por ironia do destino,a própria vida se encarrega de deixar tudo isso ficar pequeno, irrelevante, quando ameaça tirar alguém que realmente amamos da nossa vida para sempre.

A verdade é que por mais tortuoso que seja o caminho da felicidade, a vida é uma dádiva que pode nos ser retirada a qualquer instante, somos pequenos, insignificantes nos planos do universo, nossa vida não passa de um breve suspiro da eternidade, não podemos nos dar ao luxo de desperdiça-la sozinhos...

Encontrar quem ama, lutar para ficar ao seu lado, isso é real, o resto é simulacro. Não se engane: cada hora perdida em trabalhos tediosos, vidas fúteis, e blogs inúteis como este será retirada dos "poucos" momentos que terá com quem ama...

O tempo não espera ninguém.... carpe diem! Carpe fucking diem!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A mercê do mar...

Um navio, no oceano a mercê do mar. Navio a deriva, perdido e quebrado, vagando sem rumo. Esse navio sou eu.

Em meus sonhos eu ouço sua voz e isso faz com que eu resista. A chuva cai, contra o vento. Há um momento em que chegamos, em nosso próprio tempo e em nosso próprio espaço, em que podemos desfazer tudo o que fizemos, deixar para trás e seguir em frente. Mas estas mudanças só ocorrem quando encontramos um porto seguro.

Foi nesse momento da minha vida que encontrei você, um farol, fielmente brilhando no porto, derramando sua luz através das águas, para esta alma que afunda...

domingo, 26 de abril de 2009

Uma garrafa de whisky e um tanque cheio...

uma garrafa de whisky e um tanque cheio são os ingredientes perfeitos para queimar o asfalto e as lembranças de uma paixão frustrada.
A partir dos 80KM/h a dor diminui, o luar da madrugada deixa a solidão mais nítida, um mal necessário, alimento para nossa amargura. Quando passamos de 100 os fantasmas de nossos amores começam a ficar para trás, aparecendo apenas no retrovisor entre um gole e outro. Aos 140 a dor se mistura com a adrenalina, o vento leva o cheiro dela embora e traz uma sensação de liberdade a muito tempo esquecida. Mais um gole, 180 e ainda é ela e não a velocidade que faz meu coração bater.

Sem ela, sem sorte, não tenho lugar pra chamar de meu...
Pé na tábua, e lá vou eu...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

em manutenção...


A vida tem um jeito estranho de se manifestar. Pessoas nascem, pessoas morrem, e tudo parece ter um sentido meio esquisito no meio desses dois processos. Isso é, se no final eu e você vamos morrer, porque devemos nos dedicar tanto na manutenção das batidas do coração?
Não sei quanto a vocês mas eu nunca estou de bem com a vida, pra piorar, tenho que ir para aquele emprego que eu odeio, perder um dia inteiro com aquelas pessoas que eu não suporto, seguir uma rotina diária que a cada despertar fica mais difícil de suportar, e receber um salário miserável no final do mês que acaba praticamente todo em contas. Esse é o tipo de sacrifício que você faz simplesmente para sobreviver, e não me venha com essa de que isso é vida, ninguém deveria passar por isso. Eu entendo que precisamos de sacrifícios para conseguir as coisas que queremos, isso é até uma questão de mérito, mas precisa ser algo tão frustrante? Estamos sempre buscando uma forma confortável de se sustentar, de manter a família unida, correndo atrás de uma felicidade impossível de se atingir, mas porra, eu preciso trabalhar nove horas por dia e abrir mão de tantos outros afazeres pra conseguir algo que deveria ser tão simples? Preciso ter uma carreira brilhante para ser feliz? É nisso que a felicidade se resume? Em quem tem o maior emprego e quem ganha mais? E o padeiro da esquina, o frentista do posto, o porteiro do prédio, o gari da calçada, o jornaleiro?... E eles? E sem eles? E se todos tivessem faculdade, se todos fossem bem sucedidos, quem é que ia fazer os pães, servir as mesas, atender o balcão, construir as casas...?
Já pensou que se a vida sempre acaba em morte, talvez isso seja um sinal de que não devemos lutar tanto pela sobrevivência?
É nesse momento que a vida se manifesta, quando surgem aquelas coisas que fazem seu coração bater mais forte, quando você se apaixona pela mulher da sua vida, quando olha para seu filho e fica imaginando ser capaz de dar tudo do melhor para ele, quando você deixa seus pais orgulhosos com alguma coisa que você fez, quando alguém que você gosta adoece e toda sua compaixão se estabelece numa grande preocupação, quando alguém morre e o sofrimento te mostra que você vai sentir muito mais falta dela do que imaginava. A solidão é pesada demais para se carregar sozinho, e basicamente, a vida se manifesta através da existência de algumas pessoas, aquelas pessoas essenciais, aquelas pessoas que te fazem se encontrar, que dão sentido a sua vida, sejam amigos, parentes, namorados, filhos, pais... pessoas. Acho que em algum lugar da história o ser humano se perdeu, começou a dar valor pra coisas ao invés de pessoas. Pessoas que nascem, pessoas que morrem.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Always and Forever

Omaha Beach, 06 de junho de 1944,

Querida Cris,

Hoje tomamos a praia de Omaha na Normandia, no que acredito ser um dos maiores esforços para o fim da Guerra.
Jamais imaginei uma batalha tão sangrenta. Era como enfrentar o próprio mal nos portões do Inferno. Assim que saímos das embarcações fomos massacrados por metralhadoras alemãs, a medida que abríamos caminho entre obstáculos de metal e arame farpado, tiros de canhões que outrora serviam para nos defender agora fazia em pedaços a maior parte dos bravos homens que lutavam ao meu lado. Enquanto eu avançava pela praia, os olhares horrorizados dos soldados revelavam que apenas a morte nos esperava. Nenhum treinamento poderia preparar alguém para tamanho terror.
Mesmo agora, horas após a batalha, o sangue de grande parte dos 150 mil soldados que desembarcaram aqui ainda cobre a orla da praia.

Minha querida, fui mortalmente ferido nesta batalha, e temo jamais retornar para casa. Porém, confesso que a morte vem como um alívio para mim, já faz um bom tempo que a idéia de voltar para casa e encarar seus profundos olhos azuis me assombram, o medo de você descobrir o monstro em que a guerra me tornou me consome todos os dias. Parece que foi em outra vida que senti pela última vez remorso ao tirar a vida de alguém, tenho vergonha da forma natural que encaro as centenas de assassinatos que cometi em nome da "pátria".

Mas Princesa, antes de deixar este mundo quero que saiba que o amor que sinto por você foi a única salvação que encontrei, a única forma de ainda me sentir humano. Perdi a conta das vezes que acordei no meio da noite sentindo o seu cheiro, imaginando ter visto o seu sorriso, sonhando em tocar novamente o seu rosto, seus lábios.

Deixo essas palavras aos cuidados do meu mais confiável soldado, Scofield, a quem pedi que lhe entregue pessoalmente esta carta, e rezo para ter a chance de encontrar você em uma outra vida, mesmo que nesta nova vida eu não tenha a oportunidade de ser amado por você, não porque algum dia possa desistir do seu amor, mas porque apenas presenciar a sua existência já preencheria meu coração de felicidade, uma felicidade que jamais encontraria em um mundo sem você.

Always and forever,
JAMC

terça-feira, 14 de abril de 2009

Não há sorte nestes dados...

Todos os dias tento novas formas de te afastar dos meus pensamentos, uma batalha cruel e desleal, não há como vencer, para vencer eu teria que te perder, e isso sim seria uma derrota... Colocar em palavras o que eu sinto é difícil, o que consigo dizer é que este Romeo aqui está sangrando. Sangrando pelos sentimentos que tenho tentado abandonar. Os dias têm sido chuvosos desde que você me deixou e eu vou me afogando neste dilúvio do passar das horas. Sempre fui um lutador, mas sem você, eu desisto...

Eu queria ser capaz de cantar uma canção para você, mas agora eu não conseguiria cantar uma canção de amor como deve ser cantada, bem, acho que não sou mais tão bom, mas querida, sou apenas eu, e eu te amarei, querida, sempre. Eu estarei ao seu lado por toda a eternidade. Eu estarei ao seu lado até as estrelas deixarem de brilhar, até os céus explodirem e as palavras não rimarem... E sei que quando eu morrer, você estará em minha mente e eu te amarei sempre...

O que eu não daria para correr meus dedos pelos seus cabelos. tocar em seus lábios, abraça-la apertado...
Quando ele abraçar você, quando ele a puxar para perto, quando ele disser as palavras que você precisa ouvir, eu desejarei ser ele, pois essas palavras são minhas para dizer a você até o fim dos tempos...

Eu te amarei para sempre querida, estarei ao seu lado por toda a eternidade. Se você me dissesse para chorar por você, eu poderia, se você me dissesse para morrer por você, eu morreria... Veja em meu rosto: Não há preço que eu não pagaria para dizer estas palavras a você...

Mas não há sorte nestes dados...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

WHO AM I?

Ao longo de toda a vida, a mais difícil das tarefas foi aceitar que eu era apenas mais um entre bilhões, apenas um número. Acreditar que o meu sofrimento, minhas conquistas, minhas derrotas são fases que acontecem na vida de todas as outras pessoas, que a minha individualidade não existe e mesmo minhas escolhas tão "minhas", podem ser as mesmas que outras milhares de pessoas tomam todos os dias.

Como lutar para gerar um código diferente quando existem bilhões de combinações la fora? Quem eu sou? Apenas um organismo e uma combinação qualquer de situações ou há algo mais?

A Verdade é que a mente e o "eu interior" que antes eram domínios apenas de filósofos e religiosos hoje se tornou um campo para psiquiatras com suas doses de Valium e imãs gigantes. As pessoas deixaram de perguntar o que temos em mente e começaram a perguntar onde é a parte em que o "eu" está no cérebro. No momento em que mudaram essa pergunta, nos transformaram em ratos de laboratório, seres mundanos nascendo, procriando, morrendo e sendo esquecidos sem qualquer razão aparente...
Se você não for capaz de dar um passo para fora desta fila para o abatedouro, você provavelmente nasceu com um código de barras, em alguma fabrica de humanos.
Amar, sofrer, perder, chorar, continuar... estas são as chaves para novas combinações...

Se você não as usa, volte para a fila humano número 314159265...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Dear Karen...

Querida Karen,

Hoje o dia está frio, o chão está gelado demais para se andar descalço e cada arrepio me faz refletir se eu deveria estar te torturando com essas coisas que escrevo.

As coisas vão bem por aqui, não tão bem quanto eu imaginava quando tinha 10 anos de idade, mas acho que isso não é exclusividade minha, então, a reclamação fica só com esse frio que estou sentindo mesmo.

Confesso que o dia frio não tem nada a ver com o clima ou a estação, na verdade acho que está um sol lindo lá fora, muito provavelmente céu azul, talvez até aquelas nuvens com formatos eróticos. Bem, definitivamente eu não sei. Só consigo pensar naquele clima cinza e nublado que me rodeia quando vejo que você não está por perto.

Acordei certo dia e percebi que a tempestade passou. Foi quando veio essa calmaria chata que eu tento reverter fazendo outras merdas pelo mundo e ajudando a torná-lo um lugar pior, mas sabe, não importa o que eu faça, agora eu sempre termino o dia com os olhos apontados para o céu, a esperança é de tempestade para o dia seguinte.

Não sei até que ponto você é capaz de gostar de mim, mas queria dizer que você Karen, você é minha época de chuvas, e eu, mesmo sem guarda-chuva, mesmo sem colete salva-vidas, mesmo correndo o risco de pegar uma eterna pneumonia, eu estou pronto pra viver isso tudo com você.

Preciso de um café pra aquecer as coisas, é uma pena que o meu fique sempre tão amargo, você podia me ajudar com isso, talvez eu pudesse fazer alguma coisa em troca, cuidar de você por uns tempos, sei lá...

... me liga,
Infielmente seu

terça-feira, 7 de abril de 2009

(to be continued...)

O choro vem, silencioso, controlado, mas as lágrimas rolam por maior que seja a minha força para impedir. Irremediavelmente eu sinto a sua falta, e não há dor suficiente para preencher o vazio que sua ausência me traz. Viajo pelos lugares mais sombrios da minha mente procurando que a escuridão dos meus pensamentos seja capaz de afastar o brilho dos seus olhos em minhas lembranças... Em vão... As horas se arrastam sem vontade através de dias sem sentido em uma vida sem qualquer significado.

Ninguém percebe, ninguém escuta, ninguém vê, Mas você está lá, a cada passo que dou, me assombrando, me tirando a sanidade, travando uma guerra particular contra os meus sentidos, enquanto eu inutilmente luto para manter as aparências, para evitar mais lagrimas...

Você agora é meu segredo, meu tormento, minha maldição... (to be continued...)

domingo, 5 de abril de 2009

Adeus e boa sorte

Você entrou em minha vida de forma repentina, quando eu estava procurando um equilíbrio entre morrer por minha paixão platônica ou desistir da vida para esquecê-la. Você não é perfeita, atraente sim, mas em um bom dia, você não seria capaz de prender minha atenção. Mas não era um bom dia quando te vi pela primeira vez, definitivamente não era. Nesse dia, você era não só uma bela garota de olhos azuis, mas a minha pílula vermelha, a única chance de escapar de um mundo de ilusões em que venho me arrastando ao longo dos anos...

Claro que me empenhei em elaborar encontros nada casuais para me aproximar de você, hora com o simples objetivo de te ver, hora com esperanças acima de qualquer expectativa, planos perfeitos, realizados com sucesso, que intensificaram cada vez mais meus sentimentos e minha esperança em você.

Eu te amei, não apenas por me tirar de um abismo de emoções, seria injusto dizer isso, te amei por sua beleza, por seu jeito "complicado", ignorei suas contradições e limitações, que me pareciam "bonitinhas", embora em outras circunstâncias eu tivesse crucificado o autor desses pecados bárbaros.

A diferença entre você e os fantasmas do meu passado é que eu cheguei perto o suficiente para saber que você merece minha atenção, mesmo com os defeitos que não tive a oportunidade de notar nas outras, você é bela, por dentro e por fora, capaz de acalmar minha alma inquieta, de me fazer deixar para trás todo o desespero de uma vida solitária, sombria e sem sentido.

Mas lutar por você não é uma opção, não posso ter como objetivo de vida arrastar uma garota tão inocente para uma vida caótica como a minha, é um custo muito grande, que não me permitirei pagar, por mais ferrado que eu esteja.

Enfim, agradeço por você existir, nossos caminhos se cruzaram, mas ainda tenho todo o caminho até o Inferno para descer e não tenho tempo para lutar por você.

Adeus e boa sorte.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

NUNCA MAIS HOJE

Nem o tempo, que já cobriu as pirâmides de areia, destruiu os Jardins da Babilônia, não foi capaz de me fazer esquece-la. Como poderia eu, um simples mortal ousar a fazer algo que o mais cruel de todos os carrascos não conseguiu? Não, não a esquecerei jamais, meu desejo por ela está enraizado em meu DNA, eu respiro a minha vontade de vê-la e me alimento da saudade que tenho do seu olhar misterioso.
Sei que eu disse nunca mais, mas eu nunca soube como desistir, não pretendo aprender agora, estou velho demais para vencer meu orgulho e imaginar a possibilidade de fracassar. Nunca mais hoje, talvez.

Não sou um tolo, sei que não sou "o escolhido", que minhas chances são poucas, mas apesar de não ser o maior nesta luta, a luta é maior dentro de mim!
Não serei derrotado por nada, afinal de contas, "Com amor consegue-se viver mesmo sem felicidade".

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Um dia incomum

O celular vibra e começa a tocar a música tema do Californication, me levanto subitamente para tirar o pequeno aparelho do bolso apertado e atender, nenhuma esperança de ligação importante, mas o som do celular está meio que alto demais para esse calmo ambiente de trabalho, só quero tirar as atenções de mim. O visor mostra um número que eu desconheço, provavelmente é apenas mais uma promoção da vivo, ou alguma cobrança da mensalidade do curso que eu esqueci de pagar. Com toda minha simpatia eu atendo o celular com um animado "Alôw!". Uma voz feminina que não me é estranha pergunta:
- Quem fala?
Eu fico em dúvida se respondo meu nome ou invento outro, mas pela curiosidade acabo dizendo a verdade. A voz pergunta se eu estou bem. Novamente não respondo nada além da verdade, digo que estou ótimo e não podia estar melhor, mas a essa altura meu coração dá sinais de vida, começo a ter ilusões de que a voz do outro lado é Dela, então pergunto:
- Quem está falando?
A resposta veio como uma furadeira no coração, e mesmo de baixo do ar condicionado da empresa, minha pele se torna uma nascente de suor jorrando com a resposta estremecedora que ela pariu. Ela só precisou dizer:
- Juliana.
Esse é o exato momento em que tudo se desfaz, uma escuridão maior que a do meu quarto bate nos meus olhos, e vai embora logo em seguida com a chegada do sentimento de não saber o que fazer. O coração bate tão forte quanto as batidas daquele último caloroso carnaval que passei na praia, e já com a voz nitidamente abatida e estremecida, pergunto apenas para confirmar que não estou morto ou sonhando:
- Me desculpe, Juliana de onde?
- Juliana-dos-Jardins - Ela responde com uma singela risada.
E começa o diálogo:
- Oiii, como você está Ju? A que devo a honra de sua voz em meu celular?
- Na verdade liguei pois não estou muito bem.
- Aconteceu alguma coisa?
- Aconteceu sim. Eu não sei o que fazer.
- O que houve? Posso ajudar?
- Espero que ainda possa... eu percebi que fui uma tola em não ter sido uma pessoa atenciosa contigo. Você sempre foi tão decidido a estar comigo mesmo sem eu sequer ter pisado no seu pé, nunca te dando muita atenção, deixando você falando sozinho no msn, fingindo que não te via na rua... mas mesmo assim você sempre esteve lá, atencioso, se preocupando comigo, querendo saber como eu estava, e tudo parecia ser tão sincero que me dava medo. Só que hoje eu estou aqui, sozinha, sem nenhum pingo desse seu jeito nas pessoas a minha volta. Sinto falta disso, sinto falta de você, sinto muito ter sido cruel contigo. E por mais que eu não mereça isso, adoraria que você fizesse mais uma tentativa, te juro que dessa vez seria diferente.
Uma pausa atinge meu ser. Palavras que não me vem a cabeça são apenas ditas:
- Sabe Juliana, por muito tempo eu desejei que esse dia chegasse, só que esses tempos acabaram, esse desejo, por mais que ainda exista, não me causa mais explosões. Acho que você já me destruiu tanto, que não há mais o que destruir, eu te amo, mas não há mais caminhos para encontrar esse amor, tudo o que resta nessa voz que você escuta é uma sonâmbula existência aguardando a morte. Não tenho mais tentativas nos bolsos, mesmo que essa fosse a última que mudaria tudo. Sinto muito, eu não posso te ajudar dessa vez.
OK... chega de escrever, já deu pra sacar que essa é apenas uma homenagem ao 1° de abril.
Juliana, eu Te Amo................... (seja isso verdade ou não)
dpfox

domingo, 29 de março de 2009

A última carta

Querida Cris.

Se você estiver lendo essa carta é porque eu já não estou mais com você. Ao menos fisicamente, pois minha alma, meus pensamentos e meu coração estarão sempre ao seu lado. Por favor, não fique com raiva de mim. Eu preciso ir. Eu preciso de respostas. Eu preciso saber a verdade, a verdade que procurei todos esses anos. Mas antes de ir eu quero que você saiba que você é a pessoa mais importante do mundo para mim. Você deu um novo significado à minha vida desde que entrou em meu universo, há quase 4 anos atrás.
Você sabe que eu amo você, não é, Cris? Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida, a maior e mais bonita de todas as coisas. Você é capaz de me deixar feliz com um simples sorriso. E você fica linda sorrindo.
Eu não vou voltar. Não sei como, mas eu não vou voltar pra você, isso eu prometo, Cris.
Mas você estará sempre comigo, dentro do meu coração. Eu li em algum lugar, ou vi em algum filme, que quem não ama demais não ama o bastante. E eu a amo demais, Cris. Mas é por isso, que não voltarei para você.
Eu amei você desde o início... e vou amar até o fim.

Seu para sempre,

Punisher

Em busca da confusão perfeita

Querida Ju,

Mais uma vez sento na frente do editor de textos para expor toda a essência do meu papo furado. Você não me conhece muito bem, mas se o fizer, no meio do caminho pode descobrir que sou um cara meio confuso, espero que não se assuste com isso. Um breve resumo do que você precisa saber sobre mim, é que não há um vislumbre de expectativa na estrada, não existe plano B para os sonhos banais que não derem certo, e nenhum desvio de trajeto em mente só porque a vida conspira contra uma certa existência.

Todo o sentimentalismo sísmico, nunca me serviu de nada, sempre passou despercebido em meio à multidão de pessoas que já encontrei por ai, mas agora, acredito que finalmente achei alguém que vale a pena se ter por perto. Ter a certeza de que você sempre estará do meu lado direito é confortante, mesmo que as vezes seja um transtorno pra você ficar mudando de lado toda hora, mas eu compreendo.

Infelizmente, nem com todo o meu romantismo barato sou capaz de entender o que se passa nesse momento, mas seja lá o que for, me sinto bem quando olho nos seus olhos e te pego olhando para os meus, bate uma calmaria, acho que é mais ou menos isso o que sentimos alguns segundos antes da nossa última batida do coração. E é um momento único quando toda a sua imagem fria e misteriosa, se desfaz com uma sadia gargalhada no meio de alguma piada, mesmo que sejam aqueles seus sorrisos sádicos que eu brinco dizendo me darem medo. Ainda não identifico paixão nos mapas, mas aquela coisa de acariciar sua pele tirando os fios de cabelo do rosto, apenas para evidenciar o quão branca você realmente é, e depois, com os braços entrelaçados em seu corpo, desafiar os seus lábios para um duelo contra os meus, isso, sem dúvida é um caos para mim.

Tenho uma impressão sobre você, equivocada talvez, mas em todo caso vou escrever sem pensar muito no que isso significa. Quando olho para você, vejo a genialidade da sua juventude sendo massacrada por um mundo que fica pior a cada dia que passa. Vejo, uma sensibilidade hostil que jamais ousarei afrontar, e vejo, uma loucura tão atraente, que me faz não querer desviar o olhar de você um minuto sequer. Essa é você aos meus olhos. Alguém que ainda não sei muito bem como lidar, alguém que apesar de fazer questão de enfatizar as próprias imperfeições, não consegue destruir a imagem admirável que se construiu nesse pouco tempo que nos conhecemos.

No fim das contas eu não te conheço muito bem. Posso estar gravemente enganado, mas sei que o máximo que pode acontecer, é terminar isso tudo levemente ferido com você dizendo: "eu te avisei", acho que isso é o que vai doer mais, o Ego. Não quero fazer promessas, nem criar expectativas, e também não estou tentando tirar o corpo fora ou ser apenas mais um sujeito na sua porta, mas francamente, por enquanto só penso em seguir com a coisa toda, sem pensar muito onde isso vai dar. Acho que no fundo, só quero encontrar a confusão perfeita.

Bem, acho que é isso,
dpfox

quinta-feira, 19 de março de 2009

Another time...

Como muitas outras pessoas, passo grande parte da minha vida fantasiando situações impossíveis, onde consigo imaginar me saindo muito melhor do que na vida real, por exemplo, no futuro, um pirata espacial, cumprindo missões com minha nave, fazendo entregas, saqueando naves etc. Ou melhor ainda, um Cavaleiro medieval com uma brilhante armadura lutando justas e conquistando as donzelas do reino. Mas nem sempre as fantasias são em um mundo tão distante, poderia apenas acontecer algo extraordinário na época atual, como uma horda de zumbis onde seria obrigado a sobreviver, junto com outras POUCAS pessoas, em fortalezas adaptadas.
O que eu não consigo deixar de notar é que essa "aventura" está acontecendo agora, preste atenção na sua vida, O transito de SP não é menos mortal e brutal do que uma justa, você pode sentir nas ruas a fúria dos gladiadores, quer dizer, motoristas. Nossas missões arriscadas de downloads e uploads durante o expediente de trabalho, postagens, msn, rastrear pessoas amadas pela internet, buscar cada maldita informação útil sobre a vítima, viver uma vida secreta por trás da monótona vida que levamos, se isso não for um um pouco de Matrix, acho que não entendi o filme...
Tá certo, eu já esperava, todos devem estar dizendo:

"Mas cadê os zumbis? (Sai dessa agora Punisher!!)"

Onde os Zumbis aparecem em nossa vida atual? Bom, só posso dizer, comecem atirando nos grupos de pagode, axé e principalmente EM TODOS OS MALDITOS AMARELINHOS DA CET (pontuação dobrada).

segunda-feira, 16 de março de 2009

32 BITS DE DOR

As cores estragaram tudo. Um Universo perfeito de zeros e uns corrompido pela "beleza" deste Vírus que modifica cada linha de código por onde passa. Antes, apenas os tons de cinza se esforçavam para demonstrar um mundo em baixa resolução e sem sincronismo. Agora, cada pixel existente se uni para formar sua imagem em 32 bits de dor.

C:\>...

sábado, 14 de março de 2009

AREIAS DO TEMPO

Fico esperando em minha cela fria, olhando através das grades para as últimas visões de um mundo que foi muito errado para mim, refletindo sobre minha vida passada.
Controlar o terror que me vence é impossível, as areias do tempo, para mim, estão se esgotando...

Será realmente o fim e não um sonho louco? Quase não consigo parar de gritar, as palavras me escapam quando eu tento falar. Se existe um Deus, porque ele me deixaria morrer assim? Só posso acreditar que a vida aqui embaixo é apenas uma ilusão.

Santificado Seja Vosso Nome...

sexta-feira, 13 de março de 2009

DIA "D"

Levantei da mesa, paguei a conta e a levei para casa, mas foi a última coisa que ela disse que me fez
escrever.

chego no trabalho já pensando em conversar com ela, ligo o computador e mando "bom dia", duas vezes sem
resposta, quando toda a aflição da espera já se transformou em desamparo pela falta de retorno, ela me
responde.. eu me apresso em confirmar nosso "encontro" à noite, após algumas mensagens, tudo confirmado, passo
o dia lutando para evitar mandar mais mensagens desesperadas pela sua atenção, em vão, mando varias...
Planejo cada segundo que pretendo passar em sua presença, milhares de possibilidades, um jogo de xadrez mental
onde todos os movimentos têm a mesma finalidade: capturar a rainha, mesmo que custe todas as minhas peças.

Obviamente, nada ocorre como planejado, quase nada, chego antes ao bar, para conquistar terreno, ela se
atrasa, eu já estou alcoolizado, melhor, a conversa flui de forma mais suave. Mesmo sem os impedimentos e
pudores que a bebida eliminou, não encontro uma oportunidade para me aproximar, ela se esquiva, evita, me
deixa em uma situação onde sei que nada irá acontecer, mas onde não posso sair do jogo, uma morte antecipada.
Sua colega, minha "espiã", sabe das minhas intenções, sabe que ela não esta na jogada, mas continua
interpretando seu papel, sendo o elo de ligação, pois não tem maturidade para me dizer claramente que as
estatísticas não são favoráveis. Pouco me importa.

A garota está estonteante, com seu temperamento agitado e charminho rebelde, rebeldia sem sentido,
característica da juventude que nunca saboreei, talvez seja isso ou o oceano azul em seus olhos que me
fascina, que me faz continuar movendo as peças. Cruzo o limite do proibido por diversas vezes ao alisar suas
madeixas macias e reluzentes, ora para provocar alguma reação, ora apenas pela involuntária necessidade do
contato físico com a Deusa que trouxe vida aos desertos sombrios da minha mente.

Bebidas, provocações e insinuações são as responsáveis pelo andar dos ponteiros nesta noite onde as horas não
significam nada além da aproximação do derradeiro momento onde a realidade mais uma vez estará infinitamente
distante da minha imaginação, mas não agora, a linha que separa estes dois mundos neste instante é tão tênue,
que eles podem colidir. Ela não me quer, mas até pouco tempo atrás eu nem sabia que ela existia, ela precisa
de alguém, eu preciso dela. Eu insisto, sua colega já impaciente com minhas investidas quebra o gelo, a
dosagem alta me permite ignorar facilmente seu esforço...

O tempo para, o tabuleiro agora é meu, preparo o último lance, enquanto tudo a minha volta fica inerte, aguardando a minha jogada , olho para ela, um frame de sua existência, totalmente meu, passaria o resto dos meus dias neste piscar de olhos da eternidade, mas os ponteiros do destino avançam implacavelmente ao próximo segundo me forçando a lançar os dados à espera de um milagre...

sábado, 7 de março de 2009

Máquina do Tempo

Caro Frank Castle,

nos próximos parágrafos vou tentar explicar a você algo que não aconteceu ainda, pelo menos não no seu tempo, mas mesmo parecendo um conto de ficção cientifica barato, suplico que mantenha a sua mente aberta antes que julgue isso uma mentira.

Quando inventaram a viagem no tempo os cientistas pensaram poder resolver todos os problemas do mundo, na verdade todos nós pensamos: 1ª e 2ª Guerra Mundial? Fácil, voltaremos no tempo e assassinamos Hitler ao nascer, Bin Laden? Porque não o mesmo.
Mas na primeira viagem feita já percebemos que não funcionava bem assim. O que posso dizer é que as coisas não são tão precisas quando envolve pessoas ao invés de apenas cálculos matemáticos...

A primeira missão, obviamente, foi assassinar Hitler, tudo ocorreu conforme o esperado, quando retornamos ao nosso tempo, as primeiras guerras como a conhecemos havia desaparecido, na verdade, nunca existiu. Porém, percebemos que houve uma guerra de proporções muito maiores, onde a União Soviética se uniu a Inglaterra para destruir os Estados Unidos e implantar o Socialismo no mundo inteiro. O número de mortos foi muito maior do que a soma das duas guerras juntas, sem contar o atraso na economia e desenvolvimento mundial, que foi de proporções tão grandes, que mudou até nosso ponto de origem no tempo. Após isso ter acontecido, iniciamos uma série de viagens ao passado (47, para ser exato), para corrigir os problemas que nossa ação havia causado ao mundo. Mas cada viagem trazia um novo problema: na primeira, nosso "mensageiro" tentou alertar a ele mesmo no passado, mas ele não conseguiu fazê-lo acreditar, e tentou atacar a versão futura dele mesmo( que estava realmente diferente da anterior, devido o efeito da mudança). Resultado, a versão futura acabou matando a si mesmo no passado e deixou de existir, voltando ao inicio do problema causado pelo assassinato de Hitler. Mandamos novos mensageiros e ao longo das 47 viagens, conseguimos deixar quase tudo como era antes, com exceção de alguns equipamentos que acabaram sendo perdidos durante a operação e foram adaptados pelos engenheiros da época que pensaram se tratar de equipamento alienígena.
Em outras tentativas de corrigir problemas menores, além de não obter o sucesso na missão (talvez devido ao medo de causar novas catástrofes), ainda acabamos causando uma série de modificações indesejadas na linha do tempo.

O que estou tentando deixar claro é que não se pode alterar o passado sem causar grandes problemas ao mundo como o conhecemos. As possibilidades são infinitas. A viagem no tempo é a maior aplicação para a teoria do Caos: "O simples bater de asas de uma borboleta pode desencadear um tufão em outra parte do mundo."
Num último esforço para impedir que novos problemas aconteçam e corrigir todas as alterações que causamos, eu voltei no tempo para destruir todas as anotações que deram origem à nossa máquina do tempo, mas não obtive sucesso, pois se isso ocorresse eu imediatamente teria deixado de existir "nesta época". Como isso não ocorreu, destruí a máquina do tempo e escrevi esta carta para você minutos antes de de tentar realizar eu mesmo a tarefa.
O que vou pedir agora pode parecer errado e insensato, mas é a única solução que vejo para impedir que nossa criação seja a responsável pela destruição do mundo, eu preciso que você mate o inventor que deu origem a nossa primeira máquina, antes mesmo que ele tenha a chance de iniciar o projeto.

Não pediria isso se acreditasse que fosse possível reverter nossos pecados de outra forma.

Preciso que mate JAMC MUDDY.

Você é a última esperança da humanidade.

terça-feira, 3 de março de 2009

Um Domingo Qualquer

Sonhos...
Quanto mais simples, mais fáceis de se atingir...

Ledo engano, não existe sonho simples, somos incapazes de chamar de sonhos as metas realizáveis...

Meu sonho era ter uma família, não que eu tenha problema com meus pais, mas eu queria minha casa, minha esposa, meus filhos...

mas a trama sempre se complica: você não se imagina morando em uma casa na periferia, casando se com a garçonete da esquina (DPFOX, vai se fuder!), tendo filhos que nem poderá sustentar...

você quer mais, quer uma esposa que seja daquelas modelos de eventos, tão bela que provavelmente faria a Venus de Milo arrancar os braços de inveja (imagino que foi isso que aconteceu).

Se fazer da vida uma batalha para a conquista de uma Deusa não bastasse, cada vez que o impossível parece começar a acontecer, você se depara com a maior de todas as barreiras: o medo de vencer...
Não sei dizer quantas vezes já estive perto da vitória e o medo me fez recuar, veja bem, recuar, não desistir, apenas um passo, passo esse suficiente para me levar de volta à cômoda batalha interminável...

Vivemos em um mundo limitado, cheio de regras e impedimentos, talvez essa seja a razão de viajarmos tão alto quando somos presos apenas pelo limite de nossa imaginação...

Não há nada de errado com isso, mas precisamos estar preparados para a vitória, ter sempre em mente que ela é nosso objetivo final, por mais impossível que pareça.

Afinal de contas, cedo ou tarde, em um domingo qualquer, tudo pode acontecer...

segunda-feira, 2 de março de 2009

EMC^2

Relógios, máquinas infernais cujo o único propósito do seu inventor foi nos transformar em escravos de uma unidade física totalmente arbitrária e incoerente: o TEMPO.

As vezes fico imaginando se existe alguém que ainda não percebeu a grande variação de tempo que ocorre entre determinados "instantes", mesmo que esses instantes tenham precisamente a mesma quantidades de malditos segundos.

Não fui claro? é simples, o tempo é relativo, jah dizia o velhinho Einstein...

Mas não precisa apelar para EMC^2 para entender, basta em uma maldita segunda-feira como esta, vc ficar 1h em uma piscina tranquila, talvez com sua amada, e 1h aqui, neste escritorio, com a SUKITA e o SLOT...

se você achar que os segundos significam uma grandeza física exata depois disso...

bom...
deixa para lá...

ELA

Se eu tivesse escolha, escolheria não escolher
se eu pudesse parar, pararia o amanhecer

...tentaria te esquecer!

se pudesse mudar, para que mudar? para conquistar o seu olhar?
não, talvez tentasse, não, obrigasse vc a me amar...

se eu tivesse um nome, sofrimento, estupidez ou talvez solidão
não, nada disso... soh o teu coração

domingo, 1 de março de 2009

London, can you wait?

As vezes, nos rebaixamos tanto por uma causa, que acabamos sendo pisoteados pelo reflexo de um ideal perdido, aquilo que sempre julgamos tão correto, que fizemos com tanta paixão, hoje se torna objeto com pontas afiadas, perfurando cada centímetro de dedicação que temos, dor sem direito a anestesia. Nós nos doamos por inteiro a uma causa aparentemente perdida, em um rumo que nem sequer foi traçado nos mapas, mas nós teimamos em repetir o feito, insistimos na profissão de cartógrafos do nosso próprio destino, imaginando, sonhando e criando um rumo guiado pelo desejo. Desejo esse, que muitas vezes nos leva para um caminho errado, um caminho onde paramos de olhar para nós mesmos e começamos a buscar atalhos para uma felicidade, que nem sequer temos certeza de que será certa caso alcançemos o destino final. Mas felizmente um dia acontece, você se perde no seu próprio caminho, felizmente apenas para abrir os seus olhos, porque de feliz essa rota não tem nada. Mas ela serve para percebemos que aquela humilhação de ser pisoteado, é realmente humilhante, e o suor do esforço em vão nem sempre é um mérito, não é algo que você precise passar para um dia quem sabe conseguir a tal da felicidade. É quando se deve abrir os olhos para dentro de si, e perceber que antes de qualquer coisa, a sua vida é mais importante, e não existe bússola que vá fazer você se encontrar pelo mundo afora. Norte, sul, leste, oeste... não importa, todos levam a um mesmo lugar.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Something in the Way

25 anos.... 25 anos e até agora naum entendi a razaum de tudo isso... a cada aniversário q faço, a cada dia q passa, fico cada vez menos interessado em tentar enteder, cada vez mais descontente...

acho q jah tava na hora de desistir de tudo, do q nunca tive, do q nunca tive direito de querer...

o engraçado eh q para alguem q nunca encontrou a felicidade nessa vida, estou tendo certa dificuldade de deixá-la..

05/12/2005



Não pretendo tentar explicar o que me levou a essa decisão, só sei que neste momento a idéia de acordar novamente se tornou insuportável para mim, a vida parece uma desgastante repetição infinita.
Pretendo encontrar o silêncio, apesar de temer que até mesmo ele já esteja repleto de tudo akilo que já foi dito...


22/05/2006



ja escrevi varias cartas de suicidio, algumas tentando explicar a razão, outras apenas reclamando,
algumas até um tanto poéticas.... mas acho q naum existe uma forma clara de expressar o q me fez realmente tomar esta
atitude...pelo menos eu me resolvi quanto a carta........nada deve ser escrito.... se ja era inexplicavél enquanto eu vivia,
naum vai ser depois de morto q eu tentarei... :)

o engraçado é q para alguem q nunca encontrou a felicidade nesse mundo, eu estou tendo certa dificuldade em deixá-lo.


Bom, está na hora de descobrir se realmente a "a verdade esta lá fora"...


30/11/2007


Cada garota, cada sentimento que era insuportável nessas cartas ainda vivem aqui dentro, ainda fazem parte de quem eu sou. Não vou ser hipócrita e dizer que o tempo apaga nossas angústias, na verdade ele sempre traz novas decepções. Mas ele também traz o conhecimento de que essas "dores" são a coisa mais importante de nossas vidas, de que sem elas, seriamos um bando de animais irracionais satisfeitos ao comer a própria merda...

A minha sugestão: comece a olhar em volta, o mundo está cheio destes animais, quanto mais cedo vc perceber isso, mais cedo vai parar de escrever essas cartas patéticas e vai começar a buscar desesperadamente novas e mais profundas dores!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

CRASH AND BURN

Dizem que Deus deu asas aos pássaros e sabedoria aos homens para que ambos pudessem voar, mas o que ninguém fala é que esse voo pode acaber em um "spin" mortal com um resultado nada satisfatório: CRASH AND BURN .

Quanto mais próximo dela, mais eu sinto minha incapacidade de conquistá-la, tantas possibilidades, limitadas apenas por esse campo de força invisivel chamado "medo"...

CRASH AND BURN, CRASH AND BURN!!! .

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Game Over

o Jogo é simples: vc escolhe um sonho, qualquer um.... faz dele a meta da sua vida, deixa de lado todo o resto, as vezes, até sonhos passados. A única coisa que importa é atingir este objetivo, conseguir esta vitória...

O problema quando desistimos de tudo em função de um sonho é o preço que pagamos por
nossa arrogância: se perdermos, ficamos sem nada...

essa é minha vida, este foi o meu jogo, o Resultado:

GAME OVER

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

F.U.B.A.R.



Uma vez mais o esperado acontece. Aliás, não acontece, ou sei lá como ficaria melhor expor a frustração de novamente estar tão próximo de encontrá-la pessoalmente e receber uma desculpa qualquer dias antes.
...
depois de diversas tentativas e linhas deletadas, soh consigo escrever isto: F.U.B.A.R.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

From the Ashes...

Minha espada cai, largada para o chão, e eu rezo em silêncio para as forças que alimentam minhas paixões me deixarem desistir, mas só o mesmo silêncio e o gosto amargo do meu sangue ecoam da eternidade ...
A vida simplesmente não acaba com as derrotas, e para piorar, basta uma fagulha de esperança, para nos trazer de volta das cinzas e nos colocar de novo no mesmo ciclo vicioso.
Bom, odeio perder, mas prefiro passar a eternidade sofrendo de amor por ela do que nunca te-la conhecido. O que sinto por ela é tão forte que nem precisa ser recíproco para ser a melhor coisa que ja senti em toda a minha vida....

Lembro quando a vi pela primeira vez, naquele instante sabia que jamais a esqueceria, ela era a definição de beleza, tão linda que não se pode expressar em um quadro, talvez uma mistura de um anjo de Botticelli com expressões de um auto-retrato de Rembrandt... enfim, a perfeição!

Hoje, 5 anos depois, ainda vivo em função dela... Patético!

PUNISHER