Nunca sei como começar esse tipo de texto. É uma daquelas ocasiões com muito a expor e pouco a dizer. Eu confesso, as vezes o meu dom de complicar as coisas atrapalha tudo, e esse meu afeto por ela vem se tornado exagerado demais para me manter no controle.
Me apeguei a uma nova mulher, ela é louca, estranha, confusa, diferente de tudo que já fez eu me perder, tem uma simpatia sádica, e uma alma boa perdida em algum lugar, colheres bem dosadas de uma poção que não deixa eu me afastar.
Aquele jeito dela me faz um bem esquisito, algo como respirar flores, alguém que sabe me fazer sorrir sem esforço algum, mas se esforça bastante para me magoar, não a culpo, talvez só queira me previnir de sua imperfeição, que por sinal vem se demonstrando perfeita demais para um cara como eu. Ela sabe o inevitável fim que isso vai ter, o que não sabe, é a proporção que os momentos com ela geram dentro de mim. A importância criada parece ter se tornado algo tão insensato quanto amar alguém, e mesmo para um romantico com eu, não sei dizer se isso é bom ou ruim.
Bem distante da garota dos meus sonhos, ela apareceu na minha realidade, e isso deixa as coisas caóticas, pois isso parece uma idéia bem melhor do que um "e viveram felizes para sempre...". Ela é altamente inflamável, e a ascenção de calor dentro de mim gera um sentimento explosivo cada vez mais incontrolável. De umas noites pra cá o constante acréscimo desse vício vem me preocupado, cabe a mim então a responsabilidade de a livrar desse fardo, pois ao que tudo indica, ela não vai querer estar por perto no momento dessa explosão. Talvez eu devesse sumir por uns tempos, tentar algum tipo de abstinência a sua atraente confusão. Então, procuro pontos negativos, encontro vários, mas me apaixono por todos eles, finjo não estar acontecendo nada... a essa altura já não faz diferença, já não é segredo para ninguém, estou apaixonado, pronto para a combustão, sinto o fervor de um piromaníaco doentio, e acabo por me afogar em sua trágica beleza. É aqui que eu risco o fósforo. Adeus.