sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A MORTE DO GATO

Hoje eu matei um gato. Não foi o primeiro. Já matei um antes. Nesta época, chorei ao matar o bichano que revirava o lixo da minha casa, chorei arrependido pelo que fiz no calor do momento. Desta vez foi diferente, a vítima se infiltrara secretamente na sala de casa e acabou provocando um susto enorme em minha mãe. O medo em seus olhos alterou instantaneamente minha aura para vingador implacável. Não foi de forma alguma um ato impensado, praticamente impedi sua fuga e busquei a arma letal, vassoura, pensei friamente sobre o que estava prestes a fazer, graças a minha experiência no assunto, tive certo controle sobre o ato, mesmo diante da carga de adrenalina e pavor que o agito do gato estava provocando.
Após múltiplos hits o felino rastejava pela sala procurando escapar de seu carrasco, mas nem todo o esforço de suas sete vidas poupariam o animal de seu triste destino. Apliquei alguns combos leves de modo a direciona-lo ao portão da casa, local planejado para o golpe fatal, mas novamente minha experiência se antecipou e interrompi meu ataque, constatando que ele já estava fadado a uma morte lenta pelo aspecto em que deixava minha propriedade.
Não tenho orgulho do que fiz, sinto até um leve mas controlado remorso. O único motivo que escrevo sobre o assunto é para lembrar o poder que a raiva tem, capaz de transformar até um belo sentimento como o de defesa por quem amamos em um ato de ódio e vingança.
Talvez se continuar a trabalhar na Initech eu deva começar a criar gatos, isso pode tornar mais segura a vida das pessoas ao meu redor.