quarta-feira, 23 de junho de 2010

Alcohol level 1

Bom, madrugada, bastante bebida disponível, vamos começar a escrever sobre assuntos variados...

"Doe órgãos"...

Sou a favor da doação de órgãos, desde que não sejam os meus é claro. Apesar da reconfortante idéia de peças sobressalentes caso eu precise, a contrapartida disso me da arrepios, meu corpo sendo desmontado em pequenas peças como se fosse um lego vivo, onde as peças são encaixadas em novos modelos, antes mesmo de eu ter me acostumado ao outro lado. E se eu ainda precisar deles? E se cada traço do que acontecer comigo for arrastado para seja la o que for desse imaginário outro lado? Eu sei, isso já era estúpido antes de escrever, agora ficou pior ainda... E se eu tentar amenizar pedindo que pensem em mim como um vírus gigante, ou melhor, peças defeituosas, que vão causar um estrago bem maior do que o benefício... É sério, fígado e rins castigados por toda a bebida necessária para amenizar a amargura, pulmão deteriorado não só pela poluição natural como pela fumaça dos ambientes sombrios que frequento para esquecer as miragens que minhas córneas alucinadas e míopes constantemente enxergam, mesmo quando estou com os olhos fechados. Tudo isso para não falar de um coração que já foi feito em pedaços tantas vezes que não é capaz de dar uma batida sem que seja para sofrer.

Seja como for, doe órgãos, é uma atitude realmente bonita, mas o meu ponto é, não doe os meus, eu sou apegado demais a eles.